Por Lays Britto e Roberta Neri
Sexta-Feira: 18/03
A aula inaugural ocorreu no
terraço e foi iniciada com todos os novos integrantes sendo convidados a fazer uma
meditação guiada pela Prof. Débora em torno de uma fogueira. Assistimos os
vídeos “A história das coisas” e “buraco branco no tempo” e conversamos sobre o
processo acelerado de consumo dos recursos naturais e lógica linear de
extração-consumo-descarte que tem regido nossa sociedade, a falta de qualidade
de vida, mudança de atitude e pensamento em busca de uma vida mais coerente e
sustentável.
Sábado: 19/03
Pela manhã iniciamos nossas
atividades com exercícios de meditação, aprendemos a saudação ao sol com a
colega Niloufer e tivemos algumas conversas sobre as habilidades pessoais de
cada um.
No momento do cuidado, o grupo
foi dividido em dois, onde um ficou responsável por preparar o almoço enquanto
o outro começou uma atividade de mosaico.
Um fato interessante que tem nos
ajudado a tomarmos maior consciência do TEMPO é que de uma em uma hora um sino
é tocado pelo Prof. Emerson e todos ficam em silêncio por alguns instantes. É
uma forma de refletirmos sobre isso e estarmos mais presentes de modo integral.
Durante o período da tarde,
tivemos uma aula teórica sobre o novo paradigma (quântico/ecológico/sistêmico).
O encerramento do encontro ocorreu no momento do pôr-do-sol, no porto da Barra.
PARADIGMA
MODERNO
-
Paradigma atual cartesiano e mecanicista (Descartes e Newton), advinda de uma
imersão dogmática. De onde surgiram foi revolucionário e é interessante levar
isso em consideração.
-
Descartes: racionalidade, objetividade e medição inseridas numa época dominada
pela Igreja. Então, considerar a racionalidade foi algo importante. Antes
existia a visão global pela igreja e segmentar, dividir em
partes foi importante para esse pensamento. A ciência se desenvolveu a
partir de mentes brilhantes que exploraram partes diferentes... e a segmentação
foi importante para o aprofundamento.
-
Cultivar as certezas: a ideia de certeza no campo do conhecimento, quanto
nosdemais, leva a uma competição, pois todos estão em busca na verdade absoluta
do seu próprio campo. Na ideia de cooperativa é importante a diversidade de
pensamentos.
-
Hierarquia no pensamento cartesiano e mecanicista tem sempre alguém que sabe e
outros submetidos a este no topo da pirâmide. No novo paradigma, as lideranças
são múltiplas – quem está no topo da pirâmide em um aspecto, está na base em
outro.
- No
campo da política, essa ideia de hierarquia dificulta para que aconteça a
cooperação.
-
Imersão na inércia
NOVO
PARADIGMA
-Física
quântica – no átomo não há certezas. Isso insere o mistério e a necessidade de
conceber as coisas de uma forma complexa. Heizembergconsolidou o princípio da
incerteza a respeito da imprecisão do átomo.
- A
realidade é formada de múltiplas dimensões (elétrons quando pulam de órbita não
é possível encontra-lo, o que sugere que existem outras dimensões).
-
Tese Bootstrap: conexão entre todas
as coisas.
-
Salto quântico: é perfeitamente possível através do acumulo de energia que
possibilita um salto, como ocorre com o elétron.
-
Edgar Morim – A teoria da complexidade: existe uma conexão e interdependência
entre todas as coisas em todos os campos. É preciso sair da lógica da dualidade
(isso ou aquilo) e entender que sempre pode existir uma terceira coisa
(terceiro incluído). Sair da lógica do bem X mal e imaginar o terceiro
incluído. O complexo é diferente do complicado. Este tende a não ser
compreendido; aquele tende à indeterminação, ao mistério.
-
Rupert Sheldrake – Teoria dos campos mórficos: tendência à harmonização. Quando
a mudança necessária acontece, ela se propaga de forma linear, causal, mas
também dentro de uma localidade quântica.
- Gustav
Jung – inconsciente coletivo: em diferentes culturas existem símbolos parecidos
(arquétipos). Ex: o homem veio do barro; o divino está no alto. Existe um campo
de construção do conhecimento que nos pertence, sem que a seja preciso se dar
conta. Esse campo indo para a harmonia e equilíbrio é possível reforçar o campo
através da própria existência. Existência compartilhada – conectar-se com o
campo e deixar nossa natureza se expressar.
-
Bert Hellinger – constelações familiares: interconexão.
-
Capra – síntese do novo paradigma: lógica integrativa; sair da inteligência racional
para uma inteligência múltipla; não conceber como único o movimento da análise
para a síntese, possibilitando nova análise; sair da lógica reducionista e
compartimentada para a holística e sistêmica; do “ou” para o “e”; do pensamento
linear para o não linear.
Domingo: 20/03
Nosso encontro no domingo foi na
Fundação Terra Mirim, ecovila localizada em Simões Filho-BA. Chegamos até lá
usando carona coletiva, uma das práticas que vem sendo desenvolvidas entre os
membros da escola, para reduzir as emissões de carbono e reforçar a coletividade.
Durante a visita à Terra Mirim fizemos várias atividades ao ar livre de
meditação, alongamentos, conversas sobre as equipes que pensarão no projeto de
comunidade a ser desenvolvido pelo grupo ao longo do curso (saúde, educação,
tecnologia, espiritualidade, arte, espaço, política, economia). A Xamã Alba
Maria nos conduziu a diversas atividades muito surpreendentes e interessantes
nos templos do local. Ela nos convidou a nos apresentar de modo
não-convencional, usando nossa criatividade e nos fazendo pensar no que
essencialmente somos, sentimos, queremos; fizemos uma atividade de guiar e ser
guiado por um dos colegas da escola de olhos fechados por um caminho de pedras,
onde refletimos sobre o uso dos nossos demais sentidos (para além da visão);
fomos incentivados a pensar sobre as características que queríamos fortalecer e
modificar em nós mesmos, dentre outras atividades. Por fim fizemos uma troca de
bens, para exercitarmos o desapego e outra lógica de economia.
Por Lays Britto e Roberta Neri
Por Lays Britto e Roberta Neri
Encontros de MARÇO/2016
escoladesustentabilidadeitegral
2.4.16
![Encontros de MARÇO/2016](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1p2gcrfqx7SgHnyp9Ab230bvEVXW3uB8ueFBzoMizJoeQjSW8IAtHu1mQcPIycsDrsVhuMjweqnnSXbzcCfzC2j3T3Rs7zhKc25YeIhBJaefFo8iV1DEURaGSP2vGpk0kTqt2Jbp97U/s72-c/Sem+t%25C3%25ADtulo.png)
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A compreensão profunda do que significa sustentabilidade exige uma visão integral, ao mesmo tempo teórica e prática, que possa inaugurar um novo modo de viver, em sintonia com a necessária transição para uma sociedade mais justa, ecológica e democrática. Cada pessoa é parte dessa transformação e a Escola oferece a formação que a ajuda a ser o que ela quer ver no mundo.
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O planeta passa por profundas mudanças de várias ordens, isso é notório a todos e todas. Nós precisamos acompanhar essas mudanças e nos adaptar ao “novo planeta”. Por muito, tempo eu me perguntava como mudar e por onde começar. A escola de sustentabilidade integral, um presente do Universo para mim, trouxe, à luz da ciência humana, a importância de mudarmos de paradigma. No qual, alicersado na Física Quântica, traz a realidade das múltiplas dimensões, o terceiro incluído que nos tira da dualidade do “isso OU aquilo”, nos trazendo a possibilidade do “isso E aquilo” e a interconexão entre tudo e todos no planeta. Com esses suportes, acredito que teremos aliados importantes para superar a crise ambiental que estamos atravessando.
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